quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O socialismo faliu. Agora o capitalismo está falindo. Então, o que vem a seguir?

Artigo de Eric Hobsbawm, infelizmente falecido no dia de hoje.

O socialismo faliu. Agora o capitalismo está falindo. Então, o que vem a seguir?

Nós ainda não aprendemos a viver no século 21, ou em pelo menos a pensar em uma forma que se ajuste a ela. (...) Pensávamos a partir de opostos excludentes: capitalismo ou socialismo. Na prática, vivemos a dicotomia entre sociedades centralmente planejad...
as pelo estado, com economias de tipo soviético, e sociedades totalmente sem restrições e economia de livre mercado capitalista descontrolada. O primeiro modelo quebrou na década de 1980. O segundo está quebrando diante de nossos olhos, a partir da maior crise do capitalismo global desde a década de 1930. De certa forma, é uma crise maior do que em 1930, porque a globalização da economia não estava então tanto avançada como é hoje, e que a crise não afetou a economia planificada da União Soviética. (...) Ninguém pensa seriamente em voltar para os sistemas socialistas de tipo soviético – não apenas por causa das suas falhas políticas, mas também em função da ineficiência de suas economias - embora isso não deva nos levar a subestimar suas impressionantes conquistas sociais e educacionais. Por outro lado, até que a crise global do livre mercado tivesse implodido no ano passado, mesmo os social-democratas ou outros partidos de esquerda moderados haviam se comprometido mais e mais para o sucesso do capitalismo de livre mercado. (...) As políticas de Tony Blair (até outubro de 2008) e Gordon Brown poderiam ser descritas como elaboradas por uma Thatcher de calças. O mesmo é verdadeiro para os Democratas dos EUA. (...) Desde 1970, a globalização minou a base tradicional do Partido Trabalhista. (...) Sob o impacto da política econômica thatcherista, desde 1997 os trabalhistas engoliram a ideologia, ou melhor, a teologia, do fundamentalismo de livre mercado mundial. (...) Você pode dizer que está tudo acabado agora. Nós estamos livres para voltar à economia mista. A velha caixa de ferramentas do Partido Trabalhista está disponível de novo – tudo, até a nacionalização - então vamos usar as ferramentas, mais uma vez, que nunca deveriam ter guardado. Mas isso sugere que nós sabemos o que fazer com elas. Mas, não sabemos como superar a crise atual. Nenhum dos governos do mundo, os bancos centrais ou instituições financeiras internacionais sabem. Mas uma política progressista precisa mais do que apenas uma ruptura pelo desenvolvimento econômico e pelos pressupostos morais dos últimos 30 anos. É preciso convicção de que o crescimento econômico é um meio e não um fim. O fim é o que faz a vida, as oportunidades de vida e esperanças das pessoas. Olhe para Londres. Como a riqueza gerada em manchas da capital afeta a vida de milhões de pessoas que vivem e trabalham lá? Será que eles podem se dar ao luxo de viver lá? Eles podem ser decentemente remunerados ou há empregos para todos? Se não podem, não podemos nos gabar das estrelas Michelin ganhas pelos nossos restaurantes e os seus chefs selfdramatising. Ou, ainda: há escola para os filhos? Porque escolas inadequadas não são compensadas pelo fato de que as universidades de Londres podem montar uma equipe de futebol de ganhadores do prêmio Nobel. A prova de uma política progressista não é privada, mas pública, não só de renda crescente e consumo para indivíduos, mas que amplie as oportunidades daquilo que Amartya Sen chama de "capacidades" de todos por meio da ação coletiva. (...) Essa é a base da política progressista, não maximizar o crescimento econômico e rendimentos pessoais. Seja qual for o logotipo ideológico que se escolha, isso vai significar uma grande mudança. E, tendo em conta a agudeza da crise econômica, provavelmente uma mudança bastante rápida. Porque o tempo não está do nosso lado.
 
Contribuição:  http://www.facebook.com/#!/chicodangelo

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aprovado projeto que torna crime hediondo desvio de verbas da educação e saúde

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou agora há pouco o parecer favorável do senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) ao projeto de lei que que considera crime hediondo o desvio de verbas destinadas a programas de educação e saúde (PLS 676/2011).

A matéria segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde receberá decisão terminativa.

A CE, que já aprovou três dos 14 itens da pauta desta terça-feira, continua reunida na sala 15 da Ala Alexandre Costa.


TALVEZ estejamos presenciando um momento único no Senado Brasileiro, estão aprovando Leis que irão enquadrar corruptos em Crime Hediondo, Desejo profundamente que os tribunais de Justiça também se sensibilizem e deixem de proteger político corrupto nesse País!



Fonte:http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2012/09/11/aprovado-projeto-que-torna-crime-hediondo-desvio-de-verbas-da-educacao-e-saude

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Isolamento durante os primeiros tempos de vida muda células do cérebro


Já se sabia que o isolamento durante os primeiros tempos de vida em pessoas ou em animais tinha impacto no cérebro e influenciava o comportamento durante a idade adulta. Agora, os cientistas verificaram alterações fisiológicas em várias células nervosas por causa da solidão em ratinhos, mostra um artigo publicado nesta sexta-feira na edição da revista Nature.

Segundo o artigo, há mudanças significativas nas células cerebrais chamadas oligodendrócitos. Estas células apoiam os neurónios – as células nervosas que passam informação no cérebro através dos impulsos eléctricos. Os oligodendrócitos são responsáveis por revestir as projecções dos neurónios para que estes impulsos eléctricos sejam muito rápidos e a informação circule agilmente.

De alguma forma, o isolamento nos ratinhos fez com que os oligodendrócitos não se desenvolvam como deve de ser e este revestimento acaba por ser menos espesso do que o normal. “Normalmente, o que se pensava era que as experiências que moldam o cérebro influenciavam directamente os neurónios”, explica Gabriel Corfas, um dos autores do artigo. 


Apesar destes resultados terem sido obtidos com ratinhos, podem ajudar a explicar as causas das consequências do isolamento de crianças que são vítimas de negligência. “As nossas descobertas dão um contexto molecular e celular para compreender as consequências do isolamento social”, estabelece o cientista.

Na experiência, os cientistas conseguiram ainda relacionar o défice de uma proteína que é responsável pela sinalização do crescimento dos oligodendrócitos nos ratinhos que sofreram isolamento. Segundo o investigador, distúrbios como a esquizofrenia, a depressão ou a doença bipolar estão relacionados com esta sinalização. 

Fonte:http://www.publico.pt/Sociedade/isolamento-durante-os-primeiros-tempos-de-vida-muda-celulas-do-cerebro-1563097

Celular fora do horário de serviço é hora extra, decide TST

Em sessão de alterações na sua jurisprudência, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovou, hoje (14), mudança na redação da Súmula 428, que trata do regime de sobreaviso. Pelo novo entendimento, o trabalhador que estiver submetido ao controle do empregador por meio de celulares e outros meios de comunicação informatizados, aguardando a qualquer momento um chamado para o serviço durante seu período de descanso, tem direito ao adicional de sobreaviso, correspondente a um terço da hora normal.

Simplificando:

Pelo novo entendimento, o trabalhador que estiver aguardando um chamado para o serviço a qualquer momento durante período de descanso tem direito a um terço da hora normal. Isso é valido para ferramentas instaladas no Notebook, Tablet ou outro dispositivo que permita comunicação informatizada.

O tema ganhou repercussão com a aprovação da Lei 12.551, sancionada em dezembro de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff, que modificou o Artigo 6º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A nova redação acrescenta ao Artigo 6º o seguinte texto: “Parágrafo único: os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.”

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Juro do cartão é o maior em 12 anos = 10,69%

Taxa fechou mês passado em 10,69%. Rotativo é o vilão do crédito:

Quem parcelou o pagamento do cartão de crédito no mês passado pagou a maior taxa de juros desde junho de 2000, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Levantamento divulgado ontem aponta que a taxa mensal fechou agosto com 10,69%. A última vez que essa marca foi atingida, há 12 anos, o percentual era de 10,70%.

Em agosto, o rotativo foi a única modalidade a apresentar estabilidade frente a julho e, mesmo assim, fechou como a maior da pesquisa. Por conta disso, o consumidor deve evitar de usá-lo. O governo prometera regulamentar o setor mas ainda não o fez. Nas linhas de crédito, o cheque especial (8,05%) e o empréstimo pessoal em financeiras (7,67%) continuam caras.

Por outro lado, o empréstimo pessoal em bancos apresentou a sexta redução do ano, chegando a 3,45% ao mês. Essa foi a menor taxa mensal desde 1995, quando a Anefac começou a verificar os juros.




Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/economia/juro-do-cart%C3%A3o-%C3%A9-o-maior-em-12-anos-1.488839

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Copa do Mundo trará 500 mil turistas estrangeiros, entre eles muitos pornoturistas. Infância está vulnerável à exploração nas cidades-sedes

Quando a Copa de 2014 chegar, o Brasil terá provado ao mundo ser capaz de erguer uma dezena de odes de concreto ao esporte que o notabilizou como país do futebol. Terá estádios monumentais, mais aeroportos, metrôs e avenidas. Vai dispor para isso de R$ 27 bilhões, o equivalente a metade da economia de um ano inteiro de um país como o Paraguai, ou o Bahrein. Mas a Copa não é para todos. Uma parcela dos brasileiros já saiu perdendo, a começar pelas 170 mil pessoas ameaçadas de perder suas casas para dar lugar às obras. Há também os que ainda vão perder com a Copa, mas não sabem, e, ao contrário, pensarão estar tirando alguma vantagem.

Mas há uma ameaça por trás de tanta euforia: a concentração de operários nas obras, a grande movimentação de pessoas nos jogos e a circulação de dinheiro representam um risco maior às crianças socialmente vulneráveis. As redes de exploração sexual e de tráfico de seres humanos tendem a se organizar para recrutar mulheres, crianças e adolescentes para uma demanda que certamente crescerá com a vinda de mais de meio milhão de turistas, pelas estimativas do Ministério do Turismo.


O pornoturismo segue uma lógica de mercado. Exis­te porque há demanda, e o Brasil é um destino barato para quem chega de países com moeda mais valorizada do que o real. O predador sexual usa a mesma infraestrutura de outros turistas e, em geral, a atividade depende da cumplicidade por ação direta ou omissão de guias e agências de viagens, hotéis, bares, restaurantes, barracas de praia, garçons, porteiros, caminhoneiros, taxistas, prostíbulos, casas de massagem. E enquanto houver o turismo sexual, a possibilidade de ele atrair crianças e adolescentes sempre existirá. Cada cidade tem seus pontos propícios para o sexo proibido com menores de idade.

O Brasil desconhece a dimensão da exploração sexual de crianças e adolescentes porque não dispõe de estatísticas a respeito. “Não se faz políticas públicas sem dados e sem orçamento”, avalia a advogada especialista em direitos da infância Jalusa Silva de Arruda, da Universidade Federal da Bahia. O país carece de ambos. O único estudo do gênero é de 2002. Desde então, tateia-se em cifras ocultas, mascarando o problema com subnotificações ao lançar o pouco que se registra no pacote das “violências sexuais”.

Os governos resistem em admitir a existência do turismo sexual porque isso mancha a reputação das cidades turísticas, o que se reflete na falta de ações governamentais. Para o advogado Carlos Nicodemos, coordenador do Projeto Legal, a visão judicialista sobre o tema leva à prevalência de um sistema judiciário com viés criminalizador das vítimas. “Crianças e adolescentes expostos ao turismo sexual são na verdade vítimas de estupro”, considera. A origem do problema está na falta de ações de governo que sejam capazes de protegê-las das redes de exploração.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/infancia-sem-copa/conteudo.phtml?id=1292942