Até Paul Krugman, um
importante economista, visto como moderado, está se posicionando com muita
contundência em relação a crise européia. Utilizando-se de um manifesto global
de economistas, denuncia que as políticas levadas a cabo na Zona do Euro, com
visão ortodoxa, servem apenas para aprofundar a crise, levando incertezas e
sofrimento aos povos dos países que vivem no centro da crise. Grécia, Espanha e Itália, num primeiro
momento, são as bolas da vez, porém isso não afasta a quebradeira de outras
economias da região, diante de uma visão absolutamente equivocada da solução da
crise. Só existe uma fórmula para iniciar-se uma recomposição dessas economias,
sem que a recessão tome conta das mesmas, o investimento público e infra-estrutura
e a expansão do crédito. A aposta na reativação das economias, pela via do
investimento, opõe-se ás idéias predominantes, que poderão levar o mundo a uma
profunda depressão econômica, com terríveis efeitos sociais. A derrota do Syriza,
na Grécia, demonstrou como as correntes da ortodoxia, são capazes de impor o
medo para manter a velha e perversa lógica do arrocho no investimento público,
para salvar o capital financeiro.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Desavio da Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro
A política de transporte público do
município do Rio de Janeiro e a mobilidade urbana no Brasil, num período já
distante no tempo, por volta da segunda metade do século passado, fizemos uma
escolha e sentimos hoje as conseqüências e as sentiremos por muito tempo ainda.
Falo da matriz de transporte escolhida de forma equivocada e que hoje nos
coloca grandes desafios para resolver o nó da mobilidade urbana nas grandes cidades, em
especial, no nosso Rio de janeiro. A escolha da matriz rodoviária em função dos
interesses de políticas públicas de desenvolvimento (industrialização) que
principalmente no período de JK, não levaram em conta as potencialidades do
setor ferroviário. Levaram-nos a um caminho sem volta, hoje nos deparamos com
problemas de difícil solução que precisamos resolver a curto e médio prazo, ou
mergulharmos num abismo da imobilidade total.
A administração municipal do Rio de Janeiro parece ter uma abordagem nova em relação ao transporte público em nossa cidade. Até o final da administração anterior (César Maia), não existia nenhuma política organizada para o setor de transporte público de passageiros para a cidade, o que imperavam eram as soluções de improviso. Nesse quadro de desordem, que não foi privilégio daquele governo, pois os anteriores nunca tiveram a mínima preocupação com o ordenamento do setor, vivemos o império da desordem, onde diversos problemas se avolumaram como a concorrência predatória entre os modais, a falta de transporte nas regiões periféricas da cidade e o atrofiamento do metrô, o sucateamento da ferrovia, a péssima condição da frota rodoviária e o transporte pirata, feito por Vans e Kombis, que permaneceu durante anos sem legalização e até hoje, mesmo depois de legalizado, carece das mínimas regulamentações, como linhas regulares e pontos de embarque e desembarque de passageiro. Agora vemos uma luz no fim do túnel, a atual administração (Eduardo Paes) iniciou um processo estruturante, de reorganização do transporte público, no Rio de Janeiro, que vem entre outras coisas promovendo o reordenamento do sistema de transporte com ênfase à chamada hierarquização do sistema.
As licitações do sistema de ônibus e o de Vans (em curso) são fundamentais para o quadro de reordenamento, porém a grande vedete dessa política são os chamados BRTs, (Bus Rapid transit em inglês), que chegam com polêmica, como tudo que é novo, para cumprir o importante papel de transporte de massa que deveria se não tivéssemos cometido os erros do passado, ser feito por trem e metrô.
O BRT terá Quatro linhas em nossa cidade: Transoeste, ligando Santa Cruz a Barra da Tijuca; Transcarioca ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto Tom Jobim; Transolímpica, ligando Barra da Tijuca a Deodoro e Transbrasil ligando Deodoro ao Aeroporto Santos Dumont. Espera-se do BRT, inicialmente, na linha que já está operando, a Transoeste, que transporte uma grande quantidade de passageiros de Santa cruz á Barra da Tijuca. As demais entrarão em funcionamento até 2014. Em relação à capacidade de transportar passageiros, as estimativas são variadas, sendo que o governo estima em terno de 50 mil passageiros/ hora e os mais pessimistas, estimam cerca de 15 mil passageiros/ hora. Todos esses prognósticos são feitos por técnicos do setor e são diferentes por uma série de razões, que vão desde a interseção em nível (cruzamentos) até a quantidade de estações e etc. Importante nessa questão e o fato de termos linhas expressas interligando as diversas regiões da cidade com veículos com maior capacidade de passageiros, cerca de 160 pessoas por veículo e rodando numa canaleta fechada. Ainda é cedo para uma análise mais profunda do funcionamento de todo o sistema de transporte público de passageiros no município do Rio de Janeiro, porém uma coisa se pode adiantar, temos aqui a partir de agora, uma política de transporte público de passageiros, que precisa ser aprimorada e ampliada, levando em conta fundamentalmente o interesse do cidadão carioca e sua necessidade de mobilidade e acessibilidade urbana no Rio de Janeiro.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Mobilidade e Acessibilidade Urbana em nossa Cidade
A mobilidade e a acessibilidade urbana, são conceitos, que muitas vezes
não são bem compreendidos, na sua amplitude e importância, para a vida de
todos. Não somente o sistema viário (ruas, avenidas, estradas) compoem
estes complexos conceitos, que por fim implicam em nossa qualidade de
vida, de forma determinante. O transporte público, é um dos elementos
fudamentais da mobilidade e acessibilidade urbana, pois
não existindo oferta de transporte público de qualidade e em quantidade
suficiente, temos uma imediata piora nos nossos deslocamentos, tornando
nossos trajetos obrgatórios diários (casa/ trabalho, trabalho/escola
e outros), uma verdadeira guerra e um enorme desconforto e perda de
tempo, independendo de usarmos ou não o transporte público, pois se
usamos veiculos particulares, também sofremos com os enormes
congestionamentos.
Existem varias questões, que estão ligadas a este
importante conceito da sustentabilidade, como a situação dos
passeios (conhecidas calçadas) e das ciclovias. Os passeios, em especial
no Rio de Janeiro, encontram-se numa situação calamitosa, com muitos
buracos, tamanho e adaptações inadequadas e muita sujeira. As
ciclovias, que a partir da entrada em vigor, da lei da mobilidade urbana,
que ocorreu em abril passado, são obrigatorias, como forma de ampliar o
transporte por bicicletas, diminuindo o trafego de veiculos particulares
para curtas distãncias, ainda não são uma realidade em nossa cidade pois
as ja existentes são poucas e sem interligação, o que na prática impede
sua plena utilização.
Existem ainda inúmeras questões ligadas ao tema
da mobilidade urbana e irei abordalos em outro momento, o objetovo é
ampliar a discussão sobre o tema, gerando reflexão e participação de
todos na criação de soluções para esse importante problema urbano.
domingo, 24 de junho de 2012
Golpe Parlamentar no Paraguai
Importantes medidas foram
tomadas hoje, pela UNASUL, contra o golpe parlamentar que destituiu o
presidente do Paraguai, Fernando Lugo, de forma sumária e sem o direito a
defesa. Não podemos de forma alguma, achar normal a ruptura de um processo democrático,
independentemente de posições político-ideológicas, pois a democracia é um
valor absoluto e universal para a civilização. Lamentável a postura dos EUA e de outros países, que sem
nenhum critério, baseado no direito ou na própria realidade dos fatos, apressaram-se
em ¨reconhecer¨ o novo governo, fruto de mais um golpe contra a democracia e a
civilização. Da nossa parte, fica a esperança de um breve retorno de nosso
vizinho á normalidade democrática. Viva o povo Paraguaio, viva a democracia.
sábado, 23 de junho de 2012
Meu balanço da Rio+20
BALANÇO DA RIO+20
Ao final da conferência
das nacões unidas sobre sustentabilidade, tendo havido como centro do
evento as reuniões dos chefes de estado no Riocentro e diversas
atividades paralelas, sendo a principal delas a cupula dos povos, no Aterro do Flamengo, temos uma importante constatação: As discussões
realizadas pelos chefes de estado, pouco avançaram, dando origem a
um documento de compromisso, vago, mutilado e sem definições importantes
em relação á sustentabilidade.
Esse documento, na sua forma final, demonstra um predomínio do interesse das grandes corporações transnacionais e uma conciliação pouco produtiva, inclusive da diplomacia brasileira, em relação a temas como produção industrial e agronegócio entre outros.
Na cúpula dos povos, onde predominaram, as organizações da sociedade civil de todo o planeta o panorama foi bem diferente, posto que lá, em debates e palestras importantes, me parece que houve uma preocupaçaõ mais efetiva em relação ao enfrentamento dos problemas mundiais, que vão desde as questões ambientais ate as de natureza economica e social, como a fome e o desenvolvimento sustentavel.
Importante contribuição deram os pensadores e professores Boaventura de Souza Santos de Portugal e Paul Singer da Secretaria Nacional de Economia solidária, nas abordagens de ambos, criticou-se a falácia da ¨economia verde¨ apostando na ¨economia solidária¨ como verdadeiro caminho para aconstrução de um mundo melhor, mais justo e sustentável.
Alem de tudo isso, ficam os registros de diversos movimentos mobilizatórios durante a conferência, onde o mais importante foi a marcha dos 50 mil na Avenida Rio Branco, no dia 20 de junho.
Esse documento, na sua forma final, demonstra um predomínio do interesse das grandes corporações transnacionais e uma conciliação pouco produtiva, inclusive da diplomacia brasileira, em relação a temas como produção industrial e agronegócio entre outros.
Na cúpula dos povos, onde predominaram, as organizações da sociedade civil de todo o planeta o panorama foi bem diferente, posto que lá, em debates e palestras importantes, me parece que houve uma preocupaçaõ mais efetiva em relação ao enfrentamento dos problemas mundiais, que vão desde as questões ambientais ate as de natureza economica e social, como a fome e o desenvolvimento sustentavel.
Importante contribuição deram os pensadores e professores Boaventura de Souza Santos de Portugal e Paul Singer da Secretaria Nacional de Economia solidária, nas abordagens de ambos, criticou-se a falácia da ¨economia verde¨ apostando na ¨economia solidária¨ como verdadeiro caminho para aconstrução de um mundo melhor, mais justo e sustentável.
Alem de tudo isso, ficam os registros de diversos movimentos mobilizatórios durante a conferência, onde o mais importante foi a marcha dos 50 mil na Avenida Rio Branco, no dia 20 de junho.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Economia Solidária uma alternativa viavel
Vivemos hoje, um importante momento de reflexão,
motivado pela realização no Rio de Janeiro, da conferência Rio+20. Um
importante tema, lamentavelmente, ficou excluído das discussões centrais, que
se deram no RioCentro, que é o importante conceito da ECONOMIA SOLIDÁRIA,
conceito que leva a outras importantes reflexões relativas á sustentabilidade,
como o cooperativismo e a agricultura familiar, importantes geradores de
trabalho e renda. O conceito de ECONOMIA SOLIDÁRIA é fundamental para a
construção de uma alternativa viável e real ao sistema de concentração de
riquezas, tanto a nível mundial, diferenças regionais com sul pobre e norte
rico, como a nível local, onde não existe um conjunto de políticas públicas,
voltadas para os empreendimentos da ECONOMIA SILIDÁRIA, seja através do
cooperativismo ou da auto-gestão. É importante destacar, que a ECONOMIA
SOLIDÁRIA, ao contrário do que muitos dos seus detratores colocam, muitos por absoluta
ignorância, não corresponde a pequenos empreendimentos, de pouca importância no
cenário econômico e social. Ao contrário podemos ter muitos negócios grandiosos
dentro do conceito da economia solidária.
Em tempo, estou lendo dois importantes livros relacionados com o tema em tela, ambos, de autores estudiosos do mundo acadêmico, os livros são: “Cooperativismo contemporâneo caminho para sustentabilidade”, do amigo e cientista social Júlio Aurélio Vianna Lopes, editora Confebras e Produzir para viver os caminhos da produção não capitalista, da coleção reinventar a emancipação social para novos manifestos, de autoria do professor Boaventura de Sousa Santos, editora civilização Brasileira.
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