Já se sabia que o isolamento durante os primeiros tempos de vida em pessoas ou em animais tinha impacto no cérebro e influenciava o comportamento durante a idade adulta. Agora, os cientistas verificaram alterações fisiológicas em várias células nervosas por causa da solidão em ratinhos, mostra um artigo publicado nesta sexta-feira na edição da revista Nature.
De alguma forma, o isolamento nos ratinhos fez com que os oligodendrócitos não se desenvolvam como deve de ser e este revestimento acaba por ser menos espesso do que o normal. “Normalmente, o que se pensava era que as experiências que moldam o cérebro influenciavam directamente os neurónios”, explica Gabriel Corfas, um dos autores do artigo.
Apesar destes resultados terem sido obtidos com ratinhos, podem ajudar a explicar as causas das consequências do isolamento de crianças que são vítimas de negligência. “As nossas descobertas dão um contexto molecular e celular para compreender as consequências do isolamento social”, estabelece o cientista.
Na experiência, os cientistas conseguiram ainda relacionar o défice de uma proteína que é responsável pela sinalização do crescimento dos oligodendrócitos nos ratinhos que sofreram isolamento. Segundo o investigador, distúrbios como a esquizofrenia, a depressão ou a doença bipolar estão relacionados com esta sinalização.
Fonte:http://www.publico.pt/Sociedade/isolamento-durante-os-primeiros-tempos-de-vida-muda-celulas-do-cerebro-1563097
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