quarta-feira, 27 de junho de 2012

Desavio da Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro


A política de transporte público do município do Rio de Janeiro e a mobilidade urbana no Brasil, num período já distante no tempo, por volta da segunda metade do século passado, fizemos uma escolha e sentimos hoje as conseqüências e as sentiremos por muito tempo ainda. Falo da matriz de transporte escolhida de forma equivocada e que hoje nos coloca grandes desafios para resolver o nó da mobilidade urbana nas grandes cidades, em especial, no nosso Rio de janeiro. A escolha da matriz rodoviária em função dos interesses de políticas públicas de desenvolvimento (industrialização) que principalmente no período de JK, não levaram em conta as potencialidades do setor ferroviário. Levaram-nos a um caminho sem volta, hoje nos deparamos com problemas de difícil solução que precisamos resolver a curto e médio prazo, ou mergulharmos num abismo da imobilidade total.

A administração municipal do Rio de Janeiro parece ter uma abordagem nova em relação ao transporte público em nossa cidade. Até o final da administração anterior (César Maia), não existia nenhuma política organizada para o setor de transporte público de passageiros para a cidade, o que imperavam eram as soluções de improviso. Nesse quadro de desordem, que não foi privilégio daquele governo, pois os anteriores nunca tiveram a mínima preocupação com o ordenamento do setor, vivemos o império da desordem, onde diversos problemas se avolumaram como a concorrência predatória entre os modais, a falta de transporte nas regiões periféricas da cidade e o atrofiamento do metrô, o sucateamento da ferrovia, a péssima condição da frota rodoviária e o transporte pirata, feito por Vans e Kombis, que permaneceu durante anos sem legalização e até hoje, mesmo depois de legalizado, carece das mínimas regulamentações, como linhas regulares e pontos de embarque e desembarque de passageiro. Agora vemos uma luz no fim do túnel, a atual administração (Eduardo Paes) iniciou um processo estruturante, de reorganização do transporte público, no Rio de Janeiro, que vem entre outras coisas promovendo o reordenamento do sistema de transporte com ênfase à chamada hierarquização do sistema.

As licitações do sistema de ônibus e o de Vans (em curso) são fundamentais para o quadro de reordenamento, porém a grande vedete dessa política são os chamados BRTs, (Bus Rapid transit em inglês), que chegam com polêmica, como tudo que é novo, para cumprir o importante papel de transporte de massa que deveria se não tivéssemos cometido os erros do passado, ser feito por trem e metrô.

O BRT terá Quatro linhas em nossa cidade: Transoeste, ligando Santa Cruz a Barra da Tijuca; Transcarioca ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto Tom Jobim; Transolímpica, ligando Barra da Tijuca a Deodoro e Transbrasil ligando Deodoro ao Aeroporto Santos Dumont. Espera-se do BRT, inicialmente, na linha que já está operando, a Transoeste, que transporte uma grande quantidade de passageiros de Santa cruz á Barra da Tijuca. As demais entrarão em funcionamento até 2014. Em relação à capacidade de transportar passageiros, as estimativas são variadas, sendo que o governo estima em terno de 50 mil passageiros/ hora e os mais pessimistas, estimam cerca de 15 mil passageiros/ hora. Todos esses prognósticos são feitos por técnicos do setor e são diferentes por uma série de razões, que vão desde a interseção em nível (cruzamentos) até a quantidade de estações e etc. Importante nessa questão e o fato de termos linhas expressas interligando as diversas regiões da cidade com veículos com maior capacidade de passageiros, cerca de 160 pessoas por veículo e rodando numa canaleta fechada. Ainda é cedo para uma análise mais profunda do funcionamento de todo o sistema de transporte público de passageiros no município do Rio de Janeiro, porém uma coisa se pode adiantar, temos aqui a partir de agora, uma política de transporte público de passageiros, que precisa ser aprimorada e ampliada, levando em conta fundamentalmente o interesse do cidadão carioca e sua necessidade de mobilidade e acessibilidade urbana no Rio de Janeiro.

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