Um engarrafamento visto do alto
de um prédio em qualquer grande centro urbano é uma contundente evidência de
que a questão da mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas. Ao
mesmo tempo, se olharmos com atenção, constataremos que a opção pelo automóvel
nos conduzirá, mantidas as atuais condições, a paralisia total do trânsito. No Brasil,
a frota de automóveis e motocicletas cresceu 400% nos últimos dez anos
contribuindo, significativamente, para o aumento do desperdício de tempo e
combustíveis, dos problemas ambientais em função da poluição atmosférica e da
ocupação desordenada e desumana do espaço público.
A solução das questões da
mobilidade urbana, pode parecer estranho, passa, também, pela construção e
manutenção de calçadas seguras, niveladas, sem buracos e obstáculos, adaptadas
aos portadores de necessidades especiais; já que um terço dos deslocamentos nas
cidades brasileiras é feita a pé ou em cadeiras de rodas.
Em nível macro a mobilidade
urbana sustentável envolve a implantação de sistemas sobre trilhos tais como:
metrô, trens, vlt’s, onibus “limpos”, integração com ciclovias, esteiras
rolantes, elevadores de grande capacidade e soluções inovadoras como os
teleféricos de Medelin (Colômbia) ou sistemas de bicicletas públicas como os de
Copenhagen, Bogotá, Paris, Barcelona e Boston.
Dadas às circunstâncias, urgente
é proceder-se a requalificação dos transportes públicos através da aplicação de
políticas consequentes, baseadas em estudos técnicos isentos, que estejam
voltadas, única e exclusivamente, ao bem estar do cidadão; caso contrário
perderemos a chance de sair do caos em que nos encontramos para mergulharmos,
todos, no caos absoluto onde, infelizmente, as escolhas não são mais possíveis.
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